
O governo de Goiás se vangloria pelos números do IDEB que apontaram o estado como a melhor a educação do país. De fato, levando em consideração os dados apresentados, e analisando a metodologia utilizada para as interpretações, podemos sim, afirmar, que temos desenvolvido, especialmente, junto aos diversos programas educacionais em desenvolvimento, índices satisfatórios, que elevam o nível da educação básica do estado, mas isso, vale aqui frisar, é obra exclusiva, da ação de professoras e professores da rede estadual de ensino, ao longo dos últimos anos, em detrimento a ataques da atual secretária de Educação em redes sociais e retiradas de direitos como aplicação de punições a servidores mediante faltas, mesmo mediante atestados.
Desde que assumiu o governo de Goiás, Ronaldo Caiado (União), vem implementando uma série de medidas que vem maquiando suas verdadeiras intenções com a educação pública. Não retornou com a Titularidade, diminuiu escolas do campo, fechou escolas de educação de jovens e adultos e desfacelou com a Universidade Estadual de Goiás, retirando o direito de cátedra, interferindo na escolha da reitoria e diminuindo nos recursos públicos. Além, é claro, de não promover reajustes aos servidores da instituição.
Aos professores da rede estadual veio promovendo uma série de bonificações afim de estimular a meritocracia no serviço público. Desde laptop a gratificações transitórias, tudo é feito para enganar a categoria, afinal, nada entra no plano de cargos e salários, e promove uma estagnação nas mobilizações no sentido de lutar por melhorias salariais.
No último período, a máscara do governo caiu. Medidas autoritárias como cortes no salário nas gratificações da regência de classe e alimentação quando o servidor tem falta por atestado médico. Um total absurdo. O pior é a posição da Secretária Fátima Gavioli em uma live onde afirma que "contrato que passa fome tem que arrumar outro emprego" dentre outras atrocidades. Mas isso não foi um acaso. Ela representa um programa. O programa de educação do Governo Caiado.
Diante de tanto descaso e ataques, ainda assim, a categoria vem desempenhando um excelente trabalho junto aos estudantes, prestando ótimo serviço à população goiano, e precisa sim de valorização. Mas a valorização do magistério passa, efetivamente, por melhores condições de trabalhar, respeito e salários dignos que sejam incorporados ao Plano de Carreira e não sejam transitórios como tem feito Caiado, algo perigoso, afinal, uma vez aposentado, esse servidor perde tudo em seu vencimento. Isso não é valorizar e sim enganar!
Weslei Garcia é pedagogo com Mestrado em Educação pela UnB. Foi candidado ao governo de Goiás pelo PSOL em 2014 e 2018. Atua como professor há 20 anos na rede pública e tem três romances publicados
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