
A grande polêmica que ronda as escolas públicas no início do ano é a proibição de celulares em salas de aulas. Para os estudantes a medida é descabível e para muitos pais e professores a ação não é consenso e vem gerando ampla discussão nos espaços escolares e não escolares.
A proibição de celulares em salas de aulas se tornou lei 15.100/25 e sancionada no dia 13 de janeiro. Em seu teor a proibição se restringe a utilização do aparelho para uso pessoal e não de cunho pedagógico.
“é vedado o uso de aparelhos eletrônicos portáveis pessoais durante aulas, recreios e intervalos em todas as etapas da educação básica. A vedação não se aplica ao uso pedagógico desses dispositivos”
Lei 15.11/25
Como professor da rede pública há mais de vinte anos, desenvolvo projetos educacionais como “Cinema na Escola”, onde jovens idealizam e produzem filmes amadores com a utilização de aparelhos eletrônicos e utilizando de tecnologias e aplicativos como Stop Motion para animações de vídeos. Dessa forma, seria uma incoerência defender aqui a proibição de celulares para fins não pedagógicos em sala de aula.
O fato é que o celular, assim como tablet ou qualquer outro aparelho eletrônico, aliado a internet são ferramentas indispensáveis para um bom desenvolvimento pedagógico e trabalho que resulte no processo ensino-aprendizagem. Todavia, vale considerar que o uso desenfreado do celular tornou-se um “vício” não apenas aos estudantes, mas de toda a sociedade. É muito comum que pessoas sentam-se em uma mesa de café, e todas, estejam cada uma com seu próprio celular sem que haja interação social. Portanto, a discussão de se frear um vício é um debate interessante, sem impedir que algo iminente como aparelhos tecnológicos, possa fazer parte do processo de aprendizagem nas escolas.
Ainda enfatizo a necessidade do governo em investimentos em tecnologias nas escolas públicas. Precisamos de laboratórios, aparelhos, wifi e formação aos professores e professoras da rede. E nunca se desfazer também do livro didático e literário de papel, mas, sobretudo, aliar tudo em defesa de uma educação de qualidade.
Weslei Garcia é professor há 20 anos na rede pública. Tem mestrado em Educação pela UNB e foi candidato ao governo de Goiás em 2014 e 2018. Tem três livros publicados.
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