Mais um caso de violência assola o país e nos deixa atônitos quanto a fragilidade de nossas escolas públicas. A pergunta que nos fazemos é até quando ficaremos a mercê do descaso e do abandono diante da impotência de mais um triste desfecho que ceifou a vida da professora Beth.
O cenário devastador de São Paulo não é isolado e revela uma sociedade doentia e degradante. Resultado direto de preconceitos, racismos, misoginias, ódios, intolerancia e toda sorte de violencias que dominam a realidade dos espaços escolares nas ultimas décadas. Recentemente, no município de Valparaíso de Goiás, não podemos nos esquecer o caso do professor, covardemente assassinado, após agir na tentativa de coibir uma indisciplina no uso de suas atribuições enquanto coordenador pedagógico do Colégio Estadual do Céu Azul. Foi morto a queima roupas e deixou esposa e filhos. Anos antes, um jovem professor, então diretor de uma unidade de ensino, também em Valparaíso de Goiás, foi perseguido e assassinado pelas costas, após enfrentar o tráfico de drogas no interior de sua escola, enquanto exercia a função de diretor.
O caso da professora paulista, o jovem de 13 anos, parecia, segundo relatos iniciais, revidar uma ação da vítima que teria chamado sua atenção após um ataque de racismo na semana anterior. A senhora de 71 anos faleceu com ferimentos de faca. O que chama a atenção em todos os casos citados é a forma como adolescentes entram com armas no interior das escolas públicas. Como os servidores e as servidoras estão expostos a qualquer e toda forma de violências. E claro, os próprios estudantes.
Nunca defendi e jamais vou defender aqui o processo de militarização. O papel pedagógico e administrativo das escolas cabem aos docentes, todavia, nunca fui contrário a presença da polícia nas escolas. Em meu tempo de estudante existia o chamado Batalhão escolar. A cada dia que passa, mais me convenço de que a instituição polícia precisa estar presente ao redor das unidades escolares e prestar o apoio e a segurança a comunidade escolar.
A educação precisa ter garantias de um bom funcionamento, afinal, ainda é o caminho necessário e possível para transformações sociais de uma nação. Chega de violencia nas escolas. Já passou da hora de governantes levarem a sério mais investimentos e mais valorização à educação, e isso passa pela segurança!
Weslei Garcia é professor da rede pública do Distrito Federal e tem Mestrado em Educação pela Universidade de Brasília.
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