Eu te amei quando você tentou partir.
Eu te amei quando você não se achou linda.
Eu te amei quando não sabia sorrir.
Eu te amei de cabelos curtos, encaracolados ou lisos.
Eu te amei de pijama e de vestido de gala.
Eu te amei no silêncio de uma lágrima.
Eu te amei quando arranquei nossas fotos do portaretratos.
Eu te amei no sussurro do “fica aqui”.
Eu te amei com você nos braços, ainda desacordada.
Eu te amei enquanto segurava firme suas mãos.
Eu te amei quando disse sim e também quando disse não.
Eu te amei quando fingi que não sabia o que estava acontecendo.
Eu te amei quase como que anestesiada.
Eu te amei quando desisti do amor.
Eu te amei quando percebi que o céu é rosa e não azul.
Eu te amei quando você gargalhou.
Eu te amei quando deitou na grama para contemplar a chuva molhar o seu rosto.
Eu te amaria até o fim do meu último dia.
Mas nunca vou conseguir saber quando este virá.
Quando será o último beijo. A última briga.
A derradeira prova de amor talvez seja partir, para que então você possa ser livre.
Eu pretendo ficar. Juro!
Em qual metaverso a gente já deu errado?
Dry Neres é Presidente da Academia Valparaisense de Letras. Licenciada em Letras, Pedagogia e Filosofia. Também especialista em Gramática, produção de textos, literatura e linguística. Mestranda em Educação, gestão e tecnologias pela UEG.
livro: Que fique entre nós
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