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Flamengo de altos e baixos


Fico intrigado como uma equipe estruturada como o time do Flamengo não consegue compreender a sua importância diante de milhões de pessoas? Sou torcedor rubro negro desde que me entendo por gente e acompanho futebol ainda com meus oito ou nove anos de idade, quando morava na QNJ 22 em Taguatinga, Distrito Federal.

O ano era 1994 e já era flenguista por influência de minha mãe que amava o Zico. O grande time da época era o Palmeiras Parmalat de Wanderley Luxemburgo que tinha grandes craques como Rivaldo, Edmundo, Hevaír, Kleber e Veloso. O time já era campeão brasileiro e seria bi em cima do arquirival Corinthians de Marcelinho e Viola.

Naquele ano a seleção brasileira de Taffarel, Jorginho (Cafu) Aldair (R.Rocha), Márcio Santos, Mauro Silva, Dunga, Branco (Leonardo), Mazinho (Zinho) , Raí, Bebeto e Romário; seria também, após 24 anos de jejum, tetra campeão mundial nos Estados Unidos.

O ano de 1994 reservou também a morte do tri campeão Ayrton Senna e nunca mais voltamos a ter, até então, um novo ídolo na Fórmula 1. Portanto, o futebol foi muito marcante para mim, mas nem tanto se tratando de flamengo. Foi apenas no ano seguinte que esse amor tomou fôlego quando a equipe anunciou a contratação de Romário, recém eleito melhor jogador do mundo pelo Barcelona, e com ele, também a compra de Edmundo, formando assim, o chamado "melhor ataque do mundo" com o excelente Sávio no ano do centenário do clube. Mas o sonho se tornou um pesadelo. O time perdeu o carioca para o Fluminense com gol de barriga de Renato Gaúcho e uma Copa do Brasil em pleno Maracanã para o Grêmio.

O ataque dos sonhos nunca funcionou e Edmundo foi embora. Romário ficou até 1999 e nunca ganhou grandes títulos além de uma Copa Mercosul e alguns cariocas. Como torcedor, ainda vi o Flamengo perder, em pleno Maracanã outras duas copas do Brasil. Uma para o Santo André e outra para um Cruzeiro sensacional de Alex cabeção.

Já estava convencido de que o maior título que assistiria era o tri carioca de 2001 com golaço de falta de Petkovic aos 43 do segundo tempo contra o Vasco de Helton quando em 2009 o mesmo Petkovic, vestindo a camisa 43, jogando por um acordo judicial, ajudou o Flamengo de Adriano do treinado Andrade, a ganhar o Hexa campeonato brasileiro. Aquilo foi surreal. Anos antes, em 2006, já havia sido contemplado com uma Copa do Brasil improvável conquistada diante do mesmo Vasco de Renato Gaúcho (técnico) com gol de Juan em 2006.

Agora nada se compara a geração de 2019 de Jorge Jesus. O seu feito, seu legado e seu grupo deixou uma marca e o Flamengo parece não ter compreendido. Não é porque um europeu deu certo e trouxe uma concepção diferenciada de futebol , com agressividade, com jogo bonito, pra frente, sem burocracia e respeitando o público, quer dizer que sempre dará certo e sempre teremos de trazer um europeu, desprezando o trabalho de brasileiros.

Com JJ e sua geração liderada por Gabigol, Bruno Henrique, Ewerton Ribeiro, Arrascaeta e Diego Alves, a equipe levou carioca, brasileiro e libertadores. Com a mesma base e acrescido Pedro, Rogério Ceni ganhou um carioca e outro brasileiro em 2020 e Dorival Júnior conquistou uma Copa do Brasil e outra libertadores em 2022. Já com os europeus Domenec Torrent e Paulo Sousa o time patinou, e parece que o mesmo será o caminho de Vitor Pereira. Ou seja, o time rubro negro e sua diretoria não aprende...


Weslei Garcia é autor do livro Um Alguém Especial e em breve irá publicar Eclipse Lunar e o livro Dom Carrádaliga: O amante mascarado

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