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O Triunfo da Irrealidade no Teatro Brasileiro

Ah, que maravilha é a política brasileira! Onde senão em nosso país um líder poderia ser acusado de inúmeros crimes ao longo de quatro anos e ainda ser aplaudido de pé? É realmente impressionante como o carisma pode ofuscar o discernimento. E, claro, não podemos esquecer do impressionante poder de "laços familiares" no jogo político - afinal, é evidente que os membros do nosso grandioso Exército Brasileiro não seriam seduzidos a apoiar atos inconstitucionais sem um convite especial de alguém em posição elevada.


Então, temos um líder com acusações reais, apoiado por provas robustas de seu envolvimento em atos ilícitos. Mas espere, não termina aí! Mesmo diante de toda a evidência, há ainda uma legião de políticos que, como mágicos habilidosos, conseguem desviar os olhos do público da realidade e focá-los em ilusões. É arte pura!


E de que estado vêm esses magníficos defensores da ilusão? Ah, de um estado que, apesar de sua realidade empobrecida, gosta de se vestir com o manto dourado de riqueza e pujança. Uma fachada tão bem construída que até os nativos começam a acreditar nela. A maquiagem é tão convincente que quase nos faz esquecer das cicatrizes e feridas abertas que jazem embaixo.


Estes políticos, mestres da ilusão, estão buscando algo realmente valioso: um espólio político. Mas, espere... um espólio político podre? Que prêmio extraordinário! É quase como desejar ser o rei de um castelo em ruínas, orgulhando-se dos tijolos desmoronando e da infestação de ratos.


E não se engane, apesar de todas as provas e acusações, esses políticos não abandonarão o barco. Eles são como marinheiros em um navio afundando, recusando-se a largar sua preciosa carga de ouro, mesmo que isso signifique afundar com ela.


O teatro brasileiro é, sem dúvida, um dos mais fascinantes do mundo. As atuações são tão convincentes que até mesmo os atores começam a acreditar em suas próprias encenações. E nós, o público, estamos presos nesse enredo, às vezes rindo, às vezes chorando, mas sempre esperando que, no final, a cortina se feche e a realidade seja restaurada.


Mas enquanto isso não acontece, aplaudimos. Aplaudimos a performance magistral de um sistema que transforma a verdade em ficção e a ficção em verdade. E, no meio de tudo isso, nos perguntamos: até quando a ilusão triunfará sobre a realidade?


Luiz Claudio Cavalcante é jornalista e escritor de Goiânia.

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